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Este artigo explora como as representações de masculinidade em jogos eletrônicos refletem e moldam as normas de gênero na sociedade, discutindo as experiências de jogador e as implicações sociais dessas representações.

Os jogos eletrônicos não são meras formas de entretenimento; são mundos complexos onde normas de gênero se entrelaçam com narrativas interativas e design lúdico

Baseando-me nas teorias de Raewyn Connell sobre masculinidades, este artigo investiga as formas como essas representações masculinas são construídas e experienciadas dentro do contexto dos videogames. Ao entrar em um jogo, o jogador muitas vezes encontra um protagonista que representa uma masculinidade idealizada e muitas vezes tóxica - o herói forte, invencível e emocionalmente distante

Essas características são emblemáticas do que Connell descreve como 'masculinidade hegemônica', a norma dominante que estabelece padrões não apenas para homens, mas também para mulheres e outras identidades de gênero

Durante minhas experiências como jogador, observei como esses personagens moldam meu entendimento da masculinidade, levando-me a refletir sobre o que é esperado de um homem em nossa sociedade. Além disso, a jogabilidade muitas vezes exige que os jogadores adotem posturas agressivas e competitivas, reforçando a ideia de que sucesso e domínio são traços desejáveis na masculinidade

Por outro lado, jogos que desafiam essas normas, apresentando personagens masculinos vulneráveis ou que exploram temas de empatia e colaboração, oferecem uma alternativa que pode redirecionar nossas concepções de gênero. p9 bet A diversidade nas representações de masculinidade é fundamental para ampliar o escopo do que significa ser homem, tanto dentro quanto fora dos jogos

Títulos como 'The Last of Us' e 'Life is Strange' mostram que homens podem ser complexos e multidimensionais, permitindo que jogadores se conectem a histórias e emoções sem a necessidade de se encaixar em moldes tradicionais. Assim, ao navegarmos pelo vasto universo dos videogames, é imperativo que reconheçamos não apenas como jogamos, mas o que essas experiências dizem sobre nós como indivíduos e como sociedade

Por meio da lente das masculinidades de Connell, podemos desvendar as camadas das narrativas que nos cercam e questionar as normas de gênero que, muitas vezes, são aceitas sem crítica

Os jogos, portanto, se tornam um espelho não apenas da masculinidade, mas de todas as nossas interações sociais e identitárias.